1ª Geração: A Nacionalista
O Brasil é MA-RA-VI-LHO-SO, minha gente! Foi assim que o retratou
Gonçalves Dias em seu Poema Canção do Exílio... É que, essa fase do Romantismo
era totalmente patriota, aquele amor incondicional, como por exemplo, agora no
século XXI quando se tem jogos da Copa Mundial de Futebol, dá até orgulho de
ver o pessoal na rua com as camisetas do Brasil, rostos pintados de verde e
amarelo. Só que quando a Copa acaba esse amor todo some, assim como as
bandeiras pintadas nos muros das casas, era moda e passou!
Só que no caso do Romantismo, não durou apenas uns meses e
sim uma geração:
Canção do exílio – Gonçalves Dias
"Minha
terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
2ª Geração: O Ultrarromantismo
Vamos cortar os pulsos?
Essa é a minha geração favorita! Sabe
aquela frase tão dita “morrer de amores”? Pois é, nessa geração realmente se
morria de amores, se jogava da ponte por amores, se suicidava por amores... E
temos assim o Mal-do-século!
Porque, afinal, o amor é um sentimento
melancólico e dark!
Surge o “eu” e acaba-se com as regras na
poesia, tudo é liberdade:
Amor (Álvares de
Azevedo)
Amemos! quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minh'alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minh'alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
Apresentamos um trabalho na sala sobre o
livro Senhora do nosso escritor, também romântico, José de Alencar, a Record
adaptou o romance em uma novela chamada “essas mulheres” e eis que, revirando a
internet, encontrei um vídeo do Fernando Seixas declamando uma poesia do
Álvares de Azevedo para a nossa boa e má Aurélia:
Mas que bela demonstração de amor,
Fernando! Ok, entendemos a escolha de seu poema, nada como servir de escravo
para Aurélia Camargo! José de Alencar o fez sofrer muito em Senhora... Livro maravilhoso,
leiam!
3ª Geração: Questões Sociais
Essa geração é muito diferente da primeira,
pois ela não tem uma visão idealista da nação. A 3ª geração Romântica luta
contra a escravidão desse país tão desigual, as palavras Liberdade, Igualdade e
Fraternidade não fazem mais tanto sentido assim... Estamos a um passo do
Realismo.
Abaixo, um trecho
do poema Navio Negreiro de Castro Alves, maior representante dessa fase:
VI
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
As críticas estão soltas! Que bom que existem os poetas, senão pensaríamos que tudo são flores.
(Por Alessandra Rosa)
Olá, caros, há boa síntese. Não se esqueçam de que os "rótulos" em literatura são apenas para fins didáticos, certo? Grande abraço, Giselle.
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